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Prevenção das Dependências - Art of Counseling

Prevenção significa: Prevenir, Adiar e Reduzir o abuso de substâncias psicoactivas geradoras dependência crónica, progressiva e fatal.

Prevenção das Dependências - Art of Counseling

Prevenção significa: Prevenir, Adiar e Reduzir o abuso de substâncias psicoactivas geradoras dependência crónica, progressiva e fatal.

Morte prematura entre os jovens

A Organização Mundial de Saude veio alertar para a importância da Prevenção junto dos jovens. Como membros do nossa sociedade podemos estar a negar uma realidade, que existe mesmo debaixo do nosso nariz e que não queremos ver, que assume consequências avassaladoras e destruidoras. O nossa sociedade que todos desejamos que seja civilizada, aparenta negligênciar e revela-se um lugar pouco seguro para os jovens.


Por ex. no continente Africano a fome e as doenças são os factores responsaveis pelas mortes de milhares de crianças.


Na civilização ocidental, será o consumismo e a ausência de valores e princípios responsaveis pelas mortes prematuras dos nossos jovens?


Será o alcool relacionado com estas causas de morte? A industria do alcool e o Estado (legislação) também responsavéis?

Como profissional e pai fico apreensivo com estas notícias e com o mundo que construímos para os nossos filhos. Será um mundo seguro e merecedor de confiança?


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Veja mais:

siga os links e oiça o audio:


http://tv1.rtp.pt/noticias/?headline=46&visual=9&tm=2&t=Estudo-da-OMS-divulga-que-as-principais-causas-de-morte-nos-jovens-podem-ser-evitadas.rtp&article=278006



 

http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2009/adolescent_mortality_20090911/en/index.html

Pedido de Ajuda Corajoso - Agressividade

Pedido de Ajuda Corajoso 

Sou mãe de um jovem de dezoito anos, que durante a sua infância e pré adolescência nunca manifestou comportamentos agressivos ou algo do género, sempre foi um  filho sensível, meigo e atencioso, com um bom senso que por vezes desejaríamos que alguns adultos tivessem.


O meu filho completou 18 anos em Julho 2008 mas...em Janeiro de 2008 começou a ter atitudes agressivas, prepotentes e de uma falta de educação inaceitável.
Falava com alguns familiares e amigos sobre o seu comportamento e iam-me dizendo, tens que ter calma, é uma fase, isso passa.


Eu sou muito carinhosa com os meus filhos mas ao mesmo tempo exigente e "pego no pé" como os meus filhos dizem, mas só quero o melhor para eles.
E quando digo, isto é, mesmo quando eles tem um comportamento incorrecto chamo atenção e sou chata se for necessário.


Mas tudo isto tem sido bastante complicado de gerir. O meu filho sai quase todas as noites e quando eu lhe digo que não sais, por isto por aquilo etc... ele ameaça que sai, e sai mesmo, mesmo magoando.

 
Entrou este ano na faculdade, numa área que não era do seu agrado, depois de muito argumentar para que não desistisse mas aproveita-se as mais valias da frequência desse curso e que logo que a oportunidade surgisse mudava de curso, em vão faltou ate desistir definitivamente.


Desconfiei que andava a jogar no Casino, mas não tenho a certeza e como não consigo demove-lo de se envolver em situações que o possam vir a prejudicar fui desistindo porque vivo apavorada e tudo me passa pela cabeça até que esteja a drogar-se mesmo.


A linguagem dele alterou completamente até o grupo de amigos mais próximo dele tem reparado, começou a sair com outro tipo de amizades ,as quais nem me deixa chegar perto, não conheço nenhum dos amigos dele  neste momento, poucos são os amigos que tinha que ainda se relacionam com ele.


Começou a trabalhar com o tio (irmão do meu marido, falta as responsabilidades todos os dias chega atrasado, sai do local de trabalho, mente, inventa desculpas maior parte descabidas.


Não consegue iniciar um projecto, e termina-lo normalmente, seja a coisa mais básica que possamos imaginar... por ex. diz que vai tomar banho depois arrumar o quarto ou fazer uma coisa qualquer, o telemóvel não pára, basta uma mensagem e ele muda o rumo da vida dele.


Grita comigo a toda a hora, mesmo quando lhe digo que não lhe admito mais faltas de educação , que o repreendo.

 A resposta passou a ser Oh Pá! Oh Pá! E coisas do género. Antes de ontem (sábado) chegou as 6.30 da manhã a casa quando chegou ao local de trabalho , mandou uma mensagem ao tio a dizer que vinha a casa tomar banho e tomar o pequeno almoço, nunca mais lá apareceu. Quando chegou a casa perguntei-lhe, Então? Vieste embora hoje  que a loja tem tanto movimento e o tio precisa de ti? Ele respondeu “Já falei com o tio e fiquei de ir de tarde.” Mais tarde vim a saber pelo meu cunhado que apenas lhe tinha enviado uma mensagem e lhe tinha dito ele que ia de tarde. Eu disse pois... deste um toque para o telefone. A mãe ligou e disseram-me que tinhas saído não está correcto. Miguel, (nome fictício) hoje é que o tio precisa de ti e é assim consegues ganhar o teu ordenado?

O meu filho responde..."não sabe, não fala" fiquei atónica, revoltada envergonhada não foi isto que ensinei aos meus filhos tenho a certeza. Refilei com ele disse-lhe que não lhe admitia tanta falta de educação e que estava saturada de tanta má criação do meu próprio filho. Mas de nada valeu ,foi-se deitar e disse agora deixa-me dormir eu nem posso acreditar este é o meu filho. Aquele a quem ensinei que a atitude era a melhor forma de enfrentar a vida que a educação era o nosso bilhete de identidade enfim uma infinidade de valores que considero vitais na minha vida.
 
Preciso de ajuda , estou a enlouquecer com tudo isto e para alem deste meu filho tenho uma menina com dez anos a quem ele maltrata constantemente, chegando até a bater-lhe, sem qualquer tipo de racionalização. Sinto-me tão sozinha o meu marido está sempre fora, ele não respeita ninguém nem ao próprio pai que anda dia e noite a tentar recuperar a nossa vida que nestes últimos dois anos deu uma reviravolta em termos económicos indescritíveis.
A minha menina e eu choramos todos os dias juntas, muitas vezes com medo do que possa ele fazer a seguir.
Estamos todos os dias sozinhas em casa e eu penso quando ela chegar á adolescência qual o efeito que esta situação terá nela?


Amo demais os meus filhos e não consigo viver nesta angustia, neste medo constante do que vem a seguir.
 
Amélia (nome fictício)

 

Pedido de Ajuda Corajoso - Bullying

Recebi este pedido corajoso de ajuda decidi publica-lo salvaguardando os dados pessoais dos intervenientes (confidencialidade)

“Boa tarde! O meu nome é Fernanda (nome fictício) tenho um filho com 7 anos que se chama Marco (nome fictício). Anda na 2ª classe e desde do ano passado que tenho tido bastantes problemas com ele na escola por causa de um colega que lhe bate muito e esta constantemente a chamar-lhe nomes tipo " és um idiota", Parvalhão entre outros mais graves.

O Marco o ano passado foi internado no hospital, porque estava paralisado da barriga para baixo não fazia coco nem xixi, pensavam os cirurgiões que seria uma apendicite, da qual ao fim de dia e meio a pediatra de serviço diria que era tudo nervos, que lhe estavam a bloquear na barriga, pensei eu SERÁ QUE O MARCO ESTÁ COM UMA CRISE DE NERVOS?! MAS PORQUE?!

Durante todo o ano passado sempre fui alertando a professora para a situação, finalmente chega ao fim de ano e daí vem as ferias, boas para o Marco parecia outro rapaz.

Este ano ele volta à escola que começou a pouco mais de 2 meses nem tanto, e já tive diversos problemas com ele, nunca me contou o que se passava apenas me dizia que tinha muitas dores de barriga, ate que um por um dia destes me apareceu em casa com a marca de um pé na cara e com a orelha toda vermelha, parecia que a tinha entalado numa porta sei lá.

Desde essa altura resolveu apresentar queixa no agrupamento escolar, do qual me responderam que o meu filho também agredia os colegas, pensei; será possível? Procurei saber.

Há coisa de 15 dias sempre que o vou buscar à escola os colegas do 4º ano me dizem que em todos os intervalos 4 ou 5 colegas da sala dele chegam-lhe perto e começam dar-lhe pontapés sem motivo algum, as meninas da sala dele dizem que lhe roubam os ténis e fogem dele, que lhe atam cordas na barriga, que lhe dão pontapés nas costas e que durante a aula de ginástica lhe chamam muitos nomes.

O meu filho desde que sabe que eu apresentei queixa no agrupamento deixou de me contar o que lhe fazem, mas não consegue copiar uma palavra que esta escrita mesmo à sua frente, não dorme de noite, e quando sai de casa para brincar no pátio da mesma cai sempre no chão O que poderei fazer para ajuda-lo?

Como poderei evitar estas situações? Já pedi transferência dele para outra escola mas dizem que não tem vagas.

Que poderei fazer?

Muito obrigada pela sua atenção

Atentamente"

Resposta: Boa noite Fernanda, Imagino que seja uma situação complicada e ao mesmo tempo sensível de gerir.

È provável que o Marco esteja a sofrer as consequências do fenómeno "bullying" que está afecta imensas crianças mas que ainda é ignorado e negligenciado pelas autoridades escolares competentes.

Se calhar o Marco não será o único na escola a sofrer deste problema. Sugeria que contactasse a associação de pais da escola, caso não exista, pense seriamente em criar uma em conjunto com outros pais. Isto se não conseguir a tão desejada transferência.

Não gostaria de dramatizar, mas ser realista. Pelo seu relato (sinais e sintomas físicos e psicológicos) do Marco parece que a situação pode ser mais grave. Como sabe este sofrimento (pressão) pode influenciar o seu desenvolvimento do seu filho. Os miúdos (bullies/rufias) são em muitos casos "cruéis", manipuladores e também podem ser vítimas de algum tipo de “abuso” ex: humilhação, desrespeito, falta de limites e regras, ausência de monitorização dos seus comportamentos pelos pais e ou na escola.

Devem existir formas de você se "socorrer" nesta situação, exemplo: Ministério da Educação, Associações de Pais, psicólogos da própria escola, livros sobre o assunto, procure apoio em instituições que trabalhem neste tipo específico de problemas, etc.

Fernanda, sugeria que continuasse a sua debanda por soluções assim como perceber mais sobre o problema. Como já referi, provavelmente existem muitas crianças vítimas do bullying que permanecem em silêncio. No caso do Marco, você parece uma mãe atenta e zeladora. Expresse a sua compreensão, amor, apoio e segurança que só uma MÃE pode dar ao seu filho. Um dia esse amor pode "salvar-lhe" a vida.

Lembrei-me agora que se ele praticasse judo, visto ser um tipo de exercício físico, que promove a auto-defesa, a auto-estima, a disciplina, competências sociais o ajudasse no presente e no futuro a lidar com conflitos de uma forma saudável e construtiva.

Continue a procura de soluções.

Um Grande Bem Haja

Comentário: O fenómeno do bullying afecta muitas crianças principalmente nas escolas. Ainda parece ser negligenciado, conforme é perfeitamente ilustrado neste caso pela própria escola. Aparenta não existir medidas de prevenção (programas) que abordem e avaliem as dimensões deste problema. Não se vê, não se fala e não se sente – regra do silêncio. Este problema não é recente. Quando éramos crianças provavelmente alguns de nós fomos confrontados por colegas da escola que se divertiam a humilhar e agredir.

Recordo um caso de um jovem com 12 anos que frequentava a escola, que hoje em dia é adulto e pai de 2 filhotas.

Certo dia, foi abordado por um colega mais velho da mesma escola (bullie/rufia) na casa de banho e este obrigou-o a fazer sexo, contra a sua vontade. Após o acto foi avisado para se manter em silêncio caso contrário, toda a escola teria conhecimento do sucedido sendo assim alvo de chacota e humilhação. A partir desse dia, aquela criança guardou para si próprio as memórias deste incidente. Como odiava ir para aquela escola, todos os dias dizia aos pais que não queria voltar. O pai não sendo informado do incidente não descortinando motivos razoáveis para tal atitude, levava o filho para a escola onde ele permaneceu por mais uns anos. De salientar que esta criança era confrontada diariamente com o seu agressor vivendo situações de pânico, angustia e desespero. Muitos anos mais tarde esta criança, hoje adulto, decidiu falar pela primeira vez deste incidente marcante e traumatizante. Memorias que ainda permanecem “vivas” na sua vida.

 Este tipo de comportamento disfuncional que tem a designação de bullying deve ser identificado, avaliado e abordado desenvolvendo-se programas específicos que promovam mudança e medidas eficazes envolvendo as crianças, os pais e a escola.

Um grande aplauso a esta mãe corajosa e resiliente que apesar de estar a atravessar momentos difíceis é uma grande mãe, com todas as letras. Desejo que seja um exemplo de inspiração para muitas mães e pais. Os nossos filhos merecem.