Cometer erros? Para quê?
Quais são as consequências dos erros que cometemos? São experiências transformadoras, para melhor.
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Quais são as consequências dos erros que cometemos? São experiências transformadoras, para melhor.
Por vezes evocamos o amor para justificar actos irracionais e egocênrticos
O ser humano precisa de proteger-se contra a sua propria humanidade imperfeita
Por motivos históricos, culturais e morais, precisamos de mudar a perceção de algumas crenças rígidas e disfuncionais. Segundo o dicionário da Priberam da Língua Portuguesa estigma é. "Marca, cicatriz perdurável, marca infame feita com ferrete." Recorremos ao estigma ("marca", rótular, preconceitos) a fim de nos diferenciar dos outros, desta forma, estabelecemos uma identidade social, convencendo que somos aqueles que são os "normais.". Na realidade, todos nós já sofremos com o estigma; fomos marcados, sinalizados como “anormais - persona non grata.
Segundo o dicionário Priberam da Língua Portuguesa negação é: "Não confessar culpa ou delito, recusar, repudiar, afirmar que algo não existe (desmentir), rejeitar" O que é que fazemos quando não queremos ver a verdade? Quando adiamos algo importante? Como é que se ajuda uma pessoa que recusa ser ajudada? O que é que fazemos quando justificamos o injustificável e o disfuncional? Optamos por esconder, não ver, não sentir e resistir à mudança de comportamentos e atitudes.
Segundo o dicionário Priberam da Língua Portuguesa vergonha é: "Pudor, pejo, timidez, acanhamento, timidez, embaraço, receio de desonra" Esta definição diz-nos pouco sobre o poder toxico da vergonha. A vergonha tóxica está enraizada na identidade (ser); não ser digno, não merecer, algo está errado connosco, preocupação e perfecionismo. A vergonha é mais difícil de identificar do que o sentimento de raiva, a ansiedade e a necessidade do controlo. Levamo-nos demasiado a sério (excesso de zelo, moralidade) porque queremos “esconder” a vergonha toxica.
Passamos uma parte considerável da nossa vida social a fingir, a negar e a proteger-nos da critica alheia com medo de revelarmos os sentimentos: desenvolvemos a crença que seremos criticados/julgados, repudiados por isso. Na verdade, sentir é OK, independentemente, daquilo que outros pensam ou dizem. É uma prioridade conseguirmos ser honestos connosco próprios.
Gradualmente, a legalização da canábis (resina e planta), vulgo haxixe e erva, sem ser para utilização terapêutica, tem ganho adeptos dos mais variados quadrantes da sociedade; partidos políticos, organizações não governamentais, opinion makers, alguns artistas, comunicação social, etc. Pessoalmente, não sou a favor da legalização da canábis e explico porquê. Não tenho nada contra as drogas, tenho é muitos motivos para estar desacreditado e desiludido em relação às pessoas, refiro-me aos decisores políticos. Por outro lado, os portugueses não estão suficientemente informados, a nível científico, sobre os efeitos da droga psicoativa alteradora do sistema nervoso central. Quantas aldeias e vilas empobrecidas, principalmente do interior do país, estão informadas a nível científico? Estas pessoas continuam a recorrer aos mitos e tradições retrogradas e desatualizadas, em termos de comparação, acrescento o consumo do álcool, para efeitos terapêuticos, “beber álcool aquece”, “beber álcool alimenta “ou “beber algo dá energia”, etc. Nestas aldeias, mais depressa se encontra um traficante de canábis, do que luz na rede elétrica. Nas consultas, escuto pais, licenciados, também baralhados e confusos, perante os argumentos, adquiridos na rua ou informação falsa, dos seus filhos que insistem que o canábis é uma droga inócua para a saúde.
Um novo estudo realizado na Universidade da Califórnia, em São Francisco (EUA) efectuado pelo departamento de pediatria revela que a maioria dos médicos aparenta ignorar as orientações gerais sobre o Plano Nacional de Saúde – Prevenção de Comportamentos de Risco. Durante as consultas aos adolescentes, os médicos deveriam promover um dialogo construtivo sobre comportamentos de risco, tais como; o uso de álcool e/ou drogas e outros assuntos relacionados com comportamentos de risco.
Os pesquisadores administraram um questionário a 2.192 adolescentes com idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos de idade. Os jovens eram questionados sobre se alguma vez o seu médico/a tinha falado sobre o uso de tabaco, álcool, drogas (licitas e ilícitas), cinto de segurança e doenças sexualmente transmissíveis.
Mais de 80% dos médicos não abordam questões de segurança tais como; a utilização do cinto de segurança e o uso de capacete e pelos menos 70% não falam sobre o uso de substancias.
A violência entre adolescentes é o assunto menos discutido enquanto o exercício físico e a nutrição são os assuntos mais abordados refere o estudo.
Estudo publicado no Journal of Adolescent Health
Comentário: Pelo menos, nos EUA, algumas instituições importantes escutam os jovens e depois publicam o resultado dos estudos. Pelo menos, alguns médicos têm a humildade suficiente para em público reconhecer que é preciso melhorar a abordagem da Prevenção das Dependências. Pelo menos, algum do dinheiro dos contribuintes e gasto a favor dos filhos/as desses mesmos contribuintes.
Considero que ignorar a realidade “escondida” será contribuir para uma sociedade “doente” que promove uma “ velha cultura que bebe” evoluindo para uma “jovem cultura” que consome substâncias adictiva licitas e/ou ilícitass. Sabemos que entre os jovens consumir drogas, incluindo o álcool, é um acto social. Quantos destes jovens se tornam dependentes enquanto os adultos permanecem impotentes perante este fenómeno?
De acordo com o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (2003) estudos realizados em escolas dos países membros revelaram que 33% dos jovens portugueses entre 15 e os 16 anos de idade já experimentaram o estado de embriaguez. Portugal é dos países da União Europeia que apresenta taxas mais elevadas de consumo de bebidas alcoólicas, assim como problemas graves associados a esta prática, numa percentagem que chega atingir os 10% da população. Esta é apenas a “ponta do iceberg.”
“Mais vale prevenir do que remediar”