As crianças oriundas de contextos familiares de pobreza, estão expostas a níveis elevados de stress, responsável por despoletar problemas psicológicos ao longo das suas vidas.
De acordo com investigadores da Universidade de Cornell, nos EUA, as crianças que vivem em contextos familiares de pobreza estão predispostas a desenvolver problemas de memória e aprendizagem, comportamentos violentos/agressivos e antissociais, tais como o bullying. O resultado da investigação, não revela que todas as crianças provenientes de contextos familiares de pobreza se tornam violentas, mas o risco de isso acontecer é elevado. Aquilo que o Dr. Gary Evan, autor do estudo, afirma é «Se a criança nasce pobre, está mais vulnerável quanto a desenvolver problemas psicológicos e ser pobre representa uma fonte enorme de stress. Todas as pessoas são afetadas pelo stress, mas as famílias com baixos rendimentos, incluindo as crianças, sofrem muito mais. Estas crianças vulneráveis, expostas ao stress excessivo, sofrem o efeito cumulativo e de interação.»
Neste estudo sobre a memoria, envolveu crianças de classe media e crianças pobres, durante quinze anos (desde os 9 aos 24 anos), segundo o autor, as crianças oriundas de classes sociais mais desfavorecidas apresentavam maiores dificuldades no desenvolvimento das suas competências cognitivas, por exemplo, na linguagem e desenvolvimento pessoal. Este estudo também veio mostrar que os adultos, oriundos de classes desfavorecidas, apresentavam níveis crónicos de stress desde crianças. Afim de prevenir este tipo de perturbações psicológicas em crianças pobres é necessária uma intervenção prematura e eficaz. Uma forma de o fazer é proporcionar apoios sociais aos pais destas crianças, a fim de melhorar os seus orçamentos familiares. Este estudo foi recentemente publicado em Proceedings of the National Academic Sciences.
Visando combater as assimetrias sociais, os investigadores das universidades de Portsmouth (Reino Unido) e Viena (Áustria) apelam que a saúde deve ser uma prioridade antes da riqueza e confirmam que desde 2009 até 2015 são cada vez mais os jovens do sexo masculino que se suicidam nos países pobres da Europa (UE) na consequência das medidas de austeridade destinadas a combater a crise. O desemprego que afeta, as classes mais desfavorecidas, é segundo os autores deste estudo, uma das principais causas de suicídio entre os jovens. Este estudo foi pioneiro no género porque visou relacionar as variáveis - austeridade e taxas de suicídio.
Segundo o Observatório das Desigualdades, existiam em Portugal 1.967 milhão de pessoas (dados de 2010) em risco de pobreza.
Durante mais de uma década trabalhei em instituições de tratamento (regime residencial de internamento) para indivíduos adultos dependentes de drogas lícitas, incluindo o álcool, e ilícitas, e venho por este meio corroborar este estudo da Universidade de Cornell. Escutava com muita frequência, por parte de indivíduos oriundos de classes desfavorecidas, o stress que representava para eles ser rotulado como «pobre». Significava ser considerado um marginal (estigma), viver dependente de apoios sociais e não possuir as mesmas oportunidades, numa sociedade democrática, cujo sistema privilegia os indivíduos de classes sociais mais favorecidas. Para finalizar, os indivíduos referiam que o stress, era vivido antes mesmo de serem «apanhados» pela dependência de substâncias psicoativas do Sistema Nervoso Central.
« A filha precisa que o relacionamento com o pai seja uma refêrencia, pela qual irá servir para o futuro, na sua relação com o sexo masculino» Prego & Mommy Chat
Como pais, sabemos os desafios que representa educar e ser uma referencia positiva, para os nossos filhos. Por experiência propria, por vezes, sabemos o quão regredimos porque apesar dos nossos melhores esforços, não existe uma poção magica quanto ao papel de pai. Por outro lado, podemos responsabilizar pelo nosso proprio desenvolvimento moral e podemos fazer imenso em ambos sentidos, aprender com os erros e assumir o compromisso para mudar de atitudes e comportamentos.
Um dos grande desafios, como educadores e referencias, é conseguirmos compreender a perspectiva dos filhos e conseguirmos separar os pontos de vista; a perspectiva deles e a nossa. Isto é, conseguirmos compreender, a nossa experiência ( e vivências) como crianças, na relação com os nossos pais, e o nosso relacionamento com a criança/filho/a. Nas consultas, alguns pais, referem que o seu papel de pais, tem como referencia principal, a forma como foram educados pelos seus proprios pais. Esta situação pode dificultar a nossa compreensão das necessidades, da historia e da vida dos nossos filhos.
Segundo uma notícia divulgada no jornal Expresso, refere que Portugal ocupa uma das piores posições, comparativamente aos outros países da União Europeia (U.E.) sobre a justiça social. E como é que se mede? Pela pobreza, os cuidados de saúde e o acesso ao mercado de trabalho. O ranking foi publicado pela fundação alemã Bertelsmann que comparou vários indicadores estatísticos de cada país da U.E. concluindo que, nos últimos anos, a injustiça social tem vindo a aumentar em geral.
O Instituto Nacional de Estatística revela que segundo o Índice de bem-estar as famílias sentem-se mais vulneráveis a nível económico (por exemplo, diferenças salariais, menos rendimento).
Segundo um questionário realizado pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra revela que 35% dos casais com filhos criam conflitos em torno de questões financeiras. Cerca de 80% referem que a crise afectou significativamente o orçamento familiar e mais de 25% procuram o médico por problemas emocionais, de ansiedade e insónia.
Segundo o relatório da Unicef revela que a recessão, desde 2008, contribuiu para o empobrecimento de 2.6 milhões de crianças (abaixo do limiar de pobreza) nos países mais ricos, aumentando assim para 76,5 milhões de crianças probres no Mundo desenvolvido.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, em 2013 a pobreza atinguiu 30% das crianças portuguesas.
De 24 países analisados pela UNICEF, Portugal é o que apresenta maior taxa de pobreza das crianças, mesmo após a atribuição de subsídios.
Segundo uma revelação do Credit Suisse – “Global Wealth Report, 2014” Portugal tem mais de 10 mil milionários. Este relatório avalia os índices de riqueza no Mundo. Eis alguns números, preocupantes. Trinta e cinco (35) milhões de milionários (mais de 789 mil euros) representam 0,7 da população adulta, acumulam 44% da riqueza mundial. No sentido oposto, 3,3 mil milhões de pessoas vivem com menos de 7, 9 mil euros, representa 69,8% da população e apenas com 2,9% da riqueza mundial. Segundo o mesmo relatório, em Portugal, 10% dos mais ricos possuem 58,3% da riqueza (mais 2,3 pontos percentuais desde 2007).
Infelizmente, não é uma novidade, porque a sociedade portuguesa sempre foi marcada pela negativa quanto às desigualdades sociais; pobreza, injustiça social e desemprego. Também sabemos, pela experiência, que as crises acentuam o fosso entre ricos e pobres. São os ricos que beneficiam com a crise. As desigualdades sociais contribuem para prejudicar uns (pobres) e para beneficiar outros (ricos).
As desigualdades sociais, o fosso entre os ricos e os pobres, fomentam a pobreza, a injustiça social e o desemprego, fenómenos associados à venda (oferta) e o consumo (procura) de drogas ilícitas.
Alguns factores de risco associado às desigualdades sociais:
Comportamentos caracterizados por rebelião e alienação face às normas sociais instituídas.
Grupos que apresentam comportamentos relacionados com o abuso de drogas, lícitas e/ou ilícitas, ou comportamentos anti-sociais; actividades ligadas à delinquência.
Desorganização na estrutura familiar na gestão de problemas, atitudes parentais que oscilam entre a excessiva severidade, a inconsistência e a ausência de monitorização da disciplina nos filhos. Alguns exemplos, violência domestica, abuso físico, emocional e sexual.
Historial familiar com antecedentes de abuso e/ou dependência de drogas e actividades ilícitas. Estas famílias podem promover o consumo de drogas junto das crianças em idade pré adolescente.
Insucesso escolar, ausência de valores e competências sociais.
Acesso fácil (oferta/procura) às drogas lícitas, incluindo o álcool, e/ou ilícitas
Algumas das crianças portuguesas, apesar de sonharem durante a infância, quando atingem a idade adulta não têm um futuro digno.
Tradução: “ As crianças devem ser ensinadas; como pensar em vez de sobre o que pensar.”
Precisamos de criar uma nova forma de expressão e uma identidade cultural que seja coerente com o propósito da vida, baseado em convicções e valores imateriais e universais.
Precisamos de pensar fora da "caixa" - forma retrograda de viver dentro do "velho" sistema disfuncional e proporcionar aos nossos filhos as competências necessárias na gestão das emoções, na clarificação de valores, livres de vergonha e do sentimento de culpa, que promovam a felicidade, a gratidão e a ajuda mutua. Precisamos de (re)inventar, conectar e encontrar sinergias com base na arte de bem-viver- estilo de vida saudavel.
Numa sociedade imprevisível e consumista, como pais, cabe a nós, orientar e estimular o pensamento criativo, a imaginação, o sonho e o propósito dos nossos filhos. Se nós, adultos possuirmos valores, os nossos filhos também serão crianças com valores.
A prevenção das dependências de todo e qualquer tipo de drogas lícitas, incluindo o álcool, e as ilícitas é um tema transversal na sociedade actual. Qualquer pessoa, independentemente, do seu estatuto social, idade, raça, sexo ou religião está vulnerável em relação ao consumo, ao abuso e à dependência de substâncias psicoactivas do sistema nervoso central.
Apesar da prevenção das dependências ser um tema actual e preocupante, em particular entre pais, famílias, escolas, professores e jovens, e na sociedade em geral, todos nós, profissionais e pais lutamos contra o estigma, a negação e a vergonha associados às drogas reforçado pelo preconceito e o estereótipo. Muitas vezes, refiro-me a este exemplo, quando abordo o tema nas escolas e/ou com os pais, são unânimes em reconhecer a vulnerabilidade das crianças em relação a este problema e a necessidade de programas, mas quando são convidados a «dar a cara», aparentam optar, conscientemente pelo silêncio devido ao tabu, preconceito e estereotipo. Creio que um dos motivos deste afastamento está relacionado com o estigma, a negação e a vergonha sobre as drogas: “Os meus filhos nunca na vida irão tornar-se uns drogados ou uns bêbados.” A maioria de nós, pais e famílias, inconscientemente, justificamos este raciocínio; “Estes problemas dramáticos só acontecem aos outros. Estas tragédias só acontecem às famílias desestruturadas, disfuncionais e sem recursos económicos.” Nos dias de hoje, este tipo de justificação negligente do qual nos socorremos para enterrar a cabeça na areia e considerarmos que a nossa família não é desestruturada ou disfuncional, como as outras afectadas pela dependência, pode revelar-se a médio e a longo prazo, um erro grave, porque na realidade e para sermos verdadeiramente honestos, sentimo-nos impotentes, porque não possuirmos um plano ou uma estratégia concreta sobre esta matéria.
Em Portugal, o fenómeno do consumo de drogas ilícitas evolui significativamente, a partir do final dos anos 70 e princípio dos anos 80, nesse sentido, alguns pais que durante a adolescência consumiram drogas socialmente, podem erradamente negligenciar sinais e sintomas da dependência nos seus filhos. Alguns relatos de pais: "Eu também usei drogas, mas nunca tive problemas de dependência, e quando soube que o meu filho, também consumia, presumi, erradamente, que ele nunca iria desenvolver uma dependência. Quando o confrontei com o assunto, já foi tarde demais. Ele estava dependente."
Sabe porque é que os adolescentes consomem drogas ilícitas? Por curiosidade, desafiar o perigo, para relaxar, para quebrar o tédio, o aborrecimento e para se integrarem num determinado grupo de pares. De início o consumo de drogas é frequentemente associado ao lazer e ao convívio. Algumas pessoas, mais vulneráveis, prolongam o consumo; aumentam a frequência, a duração e a intensidade.
Alguns factores que contribuem para a dependência de drogas no individuo.
1. Usar drogas antes e durante a adolescência.
2. Trauma: Abuso emocional, físico e/ou sexual
3. Historial de dependência de drogas na família. Apesar de não existir consenso entre investigadores sobre os factores genéticos, uma criança que testemunhe consumo ou abuso de drogas, por pessoas significativas, pode crescer com a crença de que usar drogas é OK.
Se você tem filhos adolescentes sabia que as probabilidades de eles um dia consumirem drogas são reais? Eles podem parecer, de acordo com a sua avaliação, indivíduos que sabem o que querem da vida e seguros das suas decisões, mas o seu cérebro ainda não totalmente desenvolvido e isso significa que a capacidade de avaliar e tomar decisões seja diferente daquela que você pensa que eles têm na realidade.
Um dos motivos pelas quais, a maioria dos pais, reage com indignação, negação e/ou pânico quando toma conhecimento de que um dos seus filhos é consumidor de drogas ilícitas está relacionado com a seguinte crença:
Mito: O problema das drogas e as dependências só acontecem aos outros.
Realidade: Um individuo que deseje consumir drogas não precisa de fazer um grande esforço/sacrifício para satisfazer a sua vontade. A oferta das drogas supera a procura.
A cultura associada às drogas ilícitas, o canábis, que promove o consumo, como “droga leve” desvaloriza e nega a investigação cientifica e o conhecimento empírico dos profissionais que trabalham na área das dependências. Parte dessa cultura está assente no lucro, em detrimento da saúde das pessoas. Segundo algumas previsões, nos EUA, sobre os lucrosa da venda legal de canábis rondam os 3 mil milhões de dólares. Em Portugal, não existe maturidade política e legislação que monitorizem os efeitos da publicidade (técnicas agressivas de marketing) e salvaguardar o direito do individuo à informação, à prevenção e ao tratamento do impacto das drogas na saúde, incluindo o apoio às famílias afectadas pelas consequências negativas, incluindo as crianças. Podemos retirar um exemplo do fenómeno em relação ao álcool. O álcool, como se sabe, é um problema de saúde pública, todavia, os lucros da indústria do álcool (milhões de euros) e os interesses (lobbies capitalistas) estão acima do direito das pessoas – saúde. De acordo com a minha opinião, infelizmente o mesmo fenómeno irá acontecer com venda e o consumo da canábis. Nos últimos dez anos, os casos de indivíduos que procuram ajuda profissional, derivado ao consumo excessivo de canábis (marijuana e haxixe), tem aumentado significativamente.
Sabia que o consumo de canábis, vulgo marijuana (planta) e haxixe (resina), em doses elevadas podem conduzir a situações de elevada ansiedade, pânico e até a episódios de esquizofrenia. É um mito e errado classificar estas substâncias psicoactivas, como drogas leves. De acordo com o seu conhecimento, o álcool é uma droga «leve» ou «dura»?
«O consumo excessivo de canábis não mata, mas pode conduzir à loucura.»
Perante o fenómeno complexo das relações interpessoais, no dia-a-dia, a comunicação honesta e assertiva assume um papel de destaque que necessita de uma actualização constante das nossas competências.
- Na comunicação procure dar prioridade em compreender o ponto de vista da outra pessoa, antes mesmo que expor o seu. Erradamente, revelamos demasiada preocupação em expor o nosso ponto de vista, e só depois entender o ponto de vista do outro. Se estiver realmente interessado/a em aprofundar o assunto em questão, invista na arte de fazer perguntas importantes. Oiça aquilo que é dito, não aquilo que você pensa que é.
- Na comunicação seja zeloso para com os compromissos que assume. Não existe maior desilusão quando alguém promete algo e depois não cumpre. Seja honesto/a consigo, e se verificar que não consegue cumprir os compromissos, não os assuma. Simplifique, evite ser agrador/a.
Votos de uma semana produtiva na comunicação interpessoal
Cumprimentos
Comentário: Sabia que a Dica Arte de Bem-Viver começou com uma "brincadeira" para os amigos, em Abril de 2011? Atualmente é enviada para mais de 500 pessoas e vários países de expressão portuguesa (Portugal, Angola, Moçambique e Brasil) e para os Estados Unidos da América. À data deste post vai na sua 154ª publicação.
Caso deseje receber a Dica Arte Bem-Viver (semanal) basta enviar um email para joaoalexx@sapo.pt. No assunto da mensagem escreva: Dica Arte Bem-Viver. Todos os dados são confidenciais. É grátis. Mais Vale Prevenir Do Que Remediar
Em pleno seculo XXI, a prevenção das drogas em Portugal ainda é um mito.
Considera que a nossa cultura reforça a prevenção das dependências? Na minha opinião, a resposta não é fácil, mas creio haver necessidade de uma revolução, porque as dependências de substâncias psicoactivas licítas, do Sistema Nervoso Central, incluindo o álcool e as ilícitas, são uma epidemia e representam um problema de saúde pública com custos elevadíssimos. Caso não se tomem as devidas precauções a tendência é para se agravar visto negarmos esta realidade. E enquanto for negada vai assumindo proporções epidémicas. Só para se ter uma ideia, o álcool é a droga mais perigosa, comparativamente a todos as outras, porque é aceite socialmente.
Segundo Edward B. Tylor cultura é «Aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade.» A sociedade somos nós.
O fenómeno tende a alastrar-se
Desde o princípio dos anos 80, após a revolução do 25 de Abril de 1974, não existe uma política que contemple um plano de prevenção das dependências direccionado para os jovens, pais e escolas. Não existe uma cultura de investigadores, de educadores, de instituições e profissionais e de pais que assumam um compromisso sobre a prevenção. Outra situação idêntica, educação sexual inexistente nas escolas. Se o ser humano pratica sexo há milhares de anos, qual é o problema abordar o tema abertamente? São os mitos? Os preconceitos? Ou outra razão que eu desconheça? O mesmo acontece com o álcool e outras drogas. Se o ser humano sempre consumiu drogas, desde os primórdios da humanidade, qual é o problema em abordar o tema abertamente?
Se o ser humano sempre consumiu drogas, a partir dos anos 60, este fenómeno assumiu proporções epidémicas em todo o mundo. O mundo das drogas (produção, trafico, consumo e a dependência) é complexo, mas também precisamos de admitir que o contexto social tem sido terreno fértil para a sua propagação. Existe uma cultura (moda) que procura sensações fortes de prazer e bem-estar a fim de descomprimir das tensões, do tédio e que visa acabar com o sofrimento através de drogas, incluindo a auto medicação, substâncias sujeitas a prescrição medica (por exemplo, os ansiolíticos). Existem drogas diferentes para todos os tipos de preferências, tendências, contextos e estatuto sociais, a procura supera a oferta; estão criadas as condições para um negócio lucrativo. O tráfico, o consumo ocasional, o abuso e a dependência são uma indústria com lucros muito significativos.Estima-se em 160 mil milhões de dólares, oriundos do narcotráfico, anualmente lavados na banca internacional. O negócio global de muitos milhões de dólares, dinheiro sujo das drogas, é constituído por um sem número de parceiros, interesses e «fiéis» colaboradores que ajudam a sustentar a economia global. É um círculo vicioso.
10 Dicas uteis sobre como promover a resiliência no desenvolvimento das crianças, por Margarita Tartakovsky (Leia o texto na integra).
1. Não proporcionar todos os recursos
Segundo a Dra. Lynn Lyons “ Sempre que tentamos proporcionar segurança e conforto, estamos a atrapalhar as crianças a fim de que elas consigam desenvolver as suas competências na resolução de problemas e na aquisição de perícias.” Proteger excessivamente as crianças somente irá aumentar a ansiedade delas.”
A Dra Lyons ilustrou este exemplo muito comum de uma forma dramática. “Às 15.30, a criança sai da escola e revela aos pais, que frequentemente fica preocupada porque não sabe se os seus pais a vão buscar a horas. Para tranquilizar a criança, os pais chegam à escola com uma hora de antecedência e “estacionam” á frente da janela da sala de aula, para que a criança os veja. Outro exemplo, “ Os pais permitem que o seu filho, de 7 anos, durma num colchão no quarto deles porque o filho se sente desconfortável em dormir no seu próprio quarto sozinho.”
2. Evite eliminar todos os riscos
Naturalmente, os pais procuram proporcionar segurança aos seus filhos. Mas eliminar todos os riscos retira-lhes a oportunidade de aprenderem sobre como ser resiliente. Numa família conhecida da Dra. Lyons, durante a ausência e segundos os critérios dos pais , as crianças não atingiram ainda o nível de maturidade suficiente que lhes permita tomar as refeições em casa visto haver o receio de sufocarem com a comida, assim, segundo a Dra Lyons, também não estão habilitadas a permanecer em casa. Se as crianças já são crescidas o suficiente para estar em casa sozinhas, também são crescidas para se alimentarem.
O factor chave reside em permitir às crianças correr riscos apropriados à sua idade e ensinar algumas competências essenciais ao seu desenvolvimento. O adolescente que vai tirar a carta de condução, aos 5 anos de idade aprendeu a andar de bicicleta e que antes de atravessar a rua, precisava abrandar a velocidade, prestar atenção aos carros e olhar para o lado direito e para o lado esquerdo, Proporcionar às crianças, a liberdade apropriada à sua idade, ajuda-os a aprender a definir os seus próprios limites.
3. Ensine-os a resolver os seus próprios problemas
A criança está amedrontada por ir passar o fim-de-semana com os amigos, num campo de férias, longe de casa. Segundo a Dra Lyons, um progenitor ansioso afirmaria numa situação destas “Pronto, não há necessidade em ires ao campo de férias. Podes ficar em casa.”
Todavia, uma abordagem mais correcta consiste em estabilizar o estado de ansiedade da criança, ajudando-a a gerir as suas emoções em relação às saudades de casa. Nesse sentido, pode perguntar à criança o é que ela pode fazer a fim de se adaptar às saudades de casa.
Quando o filho da Dra Lyons ficava ansioso por causa do exame final, ela e ele faziam um brainstorm sobre as possíveis estratégias para gerir melhor o tempo e o horário para estudar. Por outras palavras, ajuda-lo a acostumar-se a enfrentar os seus próprios desafios. Através da repetição, proporcionar-lhe oportunidades a fim de determinar aquilo que funciona e aquilo que não funciona.