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Prevenção das Dependências - Art of Counseling

Prevenção significa: Prevenir, Adiar e Reduzir o abuso de substâncias psicoactivas geradoras dependência crónica, progressiva e fatal.

Prevenção das Dependências - Art of Counseling

Prevenção significa: Prevenir, Adiar e Reduzir o abuso de substâncias psicoactivas geradoras dependência crónica, progressiva e fatal.

Sonho, magia e sentido

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A vida sem sonho, magia e sentido é desprovida de conteúdo, propósito e esperança

Auto conhecimento e a felicidade

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O auto conhecimento pode conduzir-nos ao âmago daquilo que é essencial à vida plena; felicidade

10 anos de existência na blogosfera 2007/2017

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  • Setembro de 2007/2017 – O blogue comemora 10 anos de existência. Em 2007, decidi criar dois blogues: 1. Sobre a prevenção das dependências e o 2. sobre o tratamento e a recuperação da adicção.  Foram os primeiros blogues, em Portugal, a abordar a prevenção das dependências/comportamentos adictivos por um profissional.
  • Recordo a minha ambivalência em relação às primeiras publicações, estava consciente das minhas limitações e duvidas, em termos da escrita. Tinha varias questões na minha mente: «Será que alguém vai interessar-se pelos temas?» ou «Será que as pessoas vão gostar do meu estilo de escrita?» Existiam um rol infindável de duvidas e questões para as quais não conseguia obter uma resposta concreta, mas por outro lado, estava motivado e entusiasmado em explorar o potencial da Internet e lançar a discussão publica a fim de quebrar o estigma, a negação e a vergonha, partilhando ideias, experiência profissional, conhecimento e alguns avanços na investigação cientifica. Em setembro, decidi arriscar. Passados dez anos ainda bem que o fiz.
  • Se naquela altura, a prevenção já era um tema atual e preocupante, devido ao estigma, da negação e da vergonha associados às dependências, passados dez anos, o tema continua a estar em voga; o mundo dos adultos não é seguro para alguns jovens vulneráveis.
  • O blogue aborda varias temáticas sobre a prevenção das dependências e conta com a participação de varios profissionais dedicados.
  • Passados dez anos, recebo uma media de 2 emails por semana de indivíduos que procuram orientação sobre a problemática das dependências nas suas famílias e/ou escolas.
  • O blogue é interactivo com o Facebook, o Google + e o LinkedIn .
  • Para terminar, aproveito para manifestar a minha gratidão a todos aqueles que participam com textos, incluindo a colaboração de profissionais, mensagens, partilhas e comentários ao longo de dez anos. Aproveito para dar uma boa noticia, o blogue irá continuar disponível e a lançar a discussão aberta e honesta contra o estigma, a negação e a vergonha. «Mais vale prevenir do que remediar»

 

Todos nós temos dificuldades, mas uns têm dificuldades desde a nascença

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As crianças oriundas de contextos familiares de pobreza, estão expostas a níveis elevados de stress, responsável por despoletar problemas psicológicos ao longo das suas vidas.

De acordo com investigadores da Universidade de Cornell, nos EUA, as crianças que vivem em contextos familiares de pobreza estão predispostas a desenvolver problemas de memória e aprendizagem, comportamentos violentos/agressivos e antissociais, tais como o bullying. O resultado da investigação, não revela que todas as crianças provenientes de contextos familiares de pobreza se tornam violentas, mas o risco de isso acontecer é elevado. Aquilo que o Dr. Gary Evan, autor do estudo, afirma é «Se a criança nasce pobre, está mais vulnerável quanto a desenvolver problemas psicológicos e ser pobre representa uma fonte enorme de stress. Todas as pessoas são afetadas pelo stress, mas as famílias com baixos rendimentos, incluindo as crianças, sofrem muito mais. Estas crianças vulneráveis, expostas ao stress excessivo, sofrem o efeito cumulativo e de interação.»

Neste estudo sobre a memoria, envolveu crianças de classe media e crianças pobres, durante quinze anos (desde os 9 aos 24 anos), segundo o autor, as crianças oriundas de classes sociais mais desfavorecidas apresentavam maiores dificuldades no desenvolvimento das suas competências cognitivas, por exemplo, na linguagem e desenvolvimento pessoal. Este estudo também veio mostrar que os adultos, oriundos de classes desfavorecidas, apresentavam níveis crónicos de stress desde crianças. Afim de prevenir este tipo de perturbações psicológicas em crianças pobres é necessária uma intervenção prematura e eficaz. Uma forma de o fazer é proporcionar apoios sociais aos pais destas crianças, a fim de melhorar os seus orçamentos familiares. Este estudo foi recentemente publicado em Proceedings of the National Academic Sciences.

Visando combater as assimetrias sociais, os investigadores das universidades de Portsmouth (Reino Unido) e Viena (Áustria) apelam que a saúde deve ser uma prioridade antes da riqueza e confirmam que desde 2009 até 2015 são cada vez mais os jovens do sexo masculino que se suicidam nos países pobres da Europa (UE) na consequência das medidas de austeridade destinadas a combater a crise. O desemprego que afeta, as classes mais desfavorecidas, é segundo os autores deste estudo, uma das principais causas de suicídio entre os jovens. Este estudo foi pioneiro no género porque visou relacionar as variáveis - austeridade e taxas de suicídio.

Segundo o Observatório das Desigualdades, existiam em Portugal 1.967 milhão de pessoas (dados de 2010) em risco de pobreza.

Durante mais de uma década trabalhei em instituições de tratamento (regime residencial de internamento) para indivíduos adultos dependentes de drogas lícitas, incluindo o álcool, e ilícitas, e venho por este meio corroborar este estudo da Universidade de Cornell. Escutava com muita frequência, por parte de indivíduos oriundos de classes desfavorecidas, o stress que representava para eles ser rotulado como «pobre». Significava ser considerado um marginal (estigma), viver dependente de apoios sociais e não possuir as mesmas oportunidades, numa sociedade democrática, cujo sistema privilegia os indivíduos de classes sociais mais favorecidas. Para finalizar, os indivíduos referiam que o stress, era vivido antes mesmo de serem «apanhados» pela dependência de substâncias psicoativas do Sistema Nervoso Central.

 

2008/20013 - 5 Anos a prevenir no Sapo

A Prevenção das dependências comemora este mês de Agosto 5 anos de presença no Sapo Crescer. Estamos todos de parabéns!

Um dos principais objectivos deste projecto online consiste em sensibilizar e alertar a sociedade sobre os benefícios da prevenção das dependências na família, na escola, no grupo de pares e na comunidade. É um investimento cujo retorno é indubitavelmente precioso e recompensador; as nossas crianças são um tesouro demasiado precioso.

 

  • Sabia que este blogue é pioneiro em Portugal (1º) em disponibilizar informação científica, experiencia profissional com duas décadas sobre a Prevenção das dependências?

 

  • Sabia que até à data desta publicação, Portugal, não possui uma política nacional que vise a Prevenção das dependências. Infelizmente, este facto deve-se em grande parte aos decisores políticos.
  • Se não forem os pais, a escola e a comunidade a informar as crianças sobre os perigos das drogas, incluindo o alcool, outras pessoas vão faze-lo. 

Este projecto online para além de Portugal, já ultrapassou fronteiras e podemos encontrar visitas oriundas de vários continentes, tais como:

África - Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde.

Américas - Estados Unidos da América, Brasil, Canadá, México, Argentina, Venezuela,

Europa - Suíça, Suécia, Luxemburgo, Polónia, Holanda, Bélgica, Itália, Alemanha, França, Reino Unido, Noruega, Espanha, Grécia, Áustria, Rep. Checa, França, Luxemburgo, Finlândia, Dinamarca, Irlanda, Áustria.

 

  • Visitantes: Actualmente estão contabilizadas 58.995 visitas e 78.308 page views

Aproveito esta data especial para agradecer a todos aqueles, que participaram com comentários, publicações e tornaram possível este projecto, em especial, ao Sapo por ter disponibilizado esta plataforma online. 

Publicidade? Quanto baste

Como é que a publicidade influencia os jovens?

Apesar deste video reportar-se à realidade americana, este fenómeno das técnicas agressivas de marketing, que geram pressão social e psicológica,  também  afecta negativamente as jovens portuguesas. Todos os dias, 365 dias por ano, estamos sujeitos aos mais diversos estímulos  cujo objectivo é simplesmente o  lucro das grandes multinacionais e das modas. 

Não vá em modas disfuncionais; pelo contrário faça questão de as quebrar: Seja você mesmo, ser único/a e criativo/a.

 

Bullying - "Até hoje"

Até hoje!
"Eles estavam enganados..."
As consequências do bullying podem permanecer para o resto da vida: "Mais Vale Prevenir Do Que Remediar"
Veja o vídeo

"As crianças aprendem o que vivem"

Associação de Defesa dos Direitos da Criança
www.facebook.com/pages/Meninos-de-Oiro 

Prevenção: O poder do dinheiro sujo fala mais alto




Tradução: "Questão: Consideram que chegamos ao fim da guerra contra as drogas? Não, Não, Não"

 

Comentário: Esta imagem é sugestiva quanto à ineficácia da estratégia da prevenção das dependências. O lucro associado ao trafico e ao consumo de substâncias psicoactivas ilícitas movimenta muitos milhões de dólares, "dinheiro sujo", todavia, de acordo com os interesses económicos e financeiros justificam por si só a sua existência, com a conivência das autoridades, políticos e de instituições ditas credíveis. Com guerra ou sem guerra contra as drogas haverá sempre vitimas da dependência  (Adicção), incluindo as famílias e as crianças.

Menos Medicação

Menos Medicação - Mais Amor, Menos Doença: A Esperança da Criança.

 

“Um infinito ardor

Quase triste os veste,

Semelhante ao sabor

Quen tem à noite o vento leste.

Bailam na doçura amarga

Da tarde brilhante e densa

Tem a morte em si suspensa.”  Sophia de Mello B. Andressen

 

 

Foi numa manhã fria, com a neve que rodeava o hospital, fazendo das suas paredes brancas a continuação do nada que se sentia lá fora. Logo de manhã, no hospital de pedopsiquiatria estava a equipa à espera das novas listas de pacientes, sem os conhecermos demos-lhe um rumo. A Maria pertence ao sector da Via Emocional, o Pedro ao sector da Via de Condutas de Comportamento e a João à Via do Neurodesenvolvimento.

Foi-me entregue o João, aquele que eu vou delinear um rumo, mas que não escolheu o seu destino e nunca cheguei a ver a sua cara. No relatório clínico especifica que é muito activo, com problemas de concentração e hostil para com os seus colegas. Parece mais um caso a juntar a muitos outros. Mas quem é ele? Como será a sua cara? Qual è a sua história que nem ele provavelmente pode fazer senso de sonhos perdidos, idealizações que cairam aos pés dele como areia que se escapa por entre os dedos, como foi forçado a não amar aquilo que sente?

Tais questões não são práticas, só possuímos cinco a sete minutos para decidir o que vai acontecer ao João, como, possivelmente, o iremos tratar e uma agenda de 20 minutos para escolher a medicação certa, diz então assim o Pedopsiquiatra.

 

Decidi ir à escola do João, que tem cinco anos de idade. Falei com a professora e ela disse-me que realmente algo se passa de errado com ele pois é quase ímpossivel de o ter na aula, distrai os alunos, e sai do seu lugar constantemente, distraindo assim, os colegas e é muito difícil de controlar. Agradeci-lhe o seu tempo e pedi para ver o João.

 

Apresentei-me ao João e perguntei-lhe se queria brincar por um bocado. Ele perguntou-me “Brincar? Porquê?” eu respondi-lhe que era para o conhecer melhor. Não houve resposta.  Gostaria de acrescentar que uma criança que não tem prazer em brincar, e que por espontaneidade vontade, não sente o benefício do que é fazer um elo/vínculo para com outra pessoa que manifesta interesse em si, essa criança perde a sua essência.